quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O que não se diz


À Clarice


Tudo vai para onde
os olhos se cerram e a boca se cala.
O último suspiro. A última fala.
A ida ao bar. Ao lago mal visitado.
A discussão idílica,
que sempre termina
em pequenos barulhos afáveis.

A última pétala arrancada do lírio.
Da rosa. Do jasmim.
De tudo que floresça.
É para o silêncio que vão.
As desculpas perdoadas,
os pedidos não respondidos
nem sequer pedidos.

O beijo fúnebre que fica na testa fria.
As falhas, os acertos que restam
ser  falhadas e acertados.
O passeio com os filhos.
Com os pais. Com os netos.
Com a solidão.

O final de um poema, ou de um conto,
de uma Clarice ou de um Vinícius
descamba no silêncio. É assim.
Nada há que não para ele,
para a efervescência calada,
para a escuridão habitável,
para o prazer mais sugestivo,
para  o outro lado da voz.

A Verdade silencia a mentira.
É para soar que as coisas existem,
embora seja a calma que elas cobicem.
Os relativos atropelos do som
associam confusão à normalidade.
Sossego – desvario do mundo – derrama
a saudade em pingos de silêncio.

Autor supostamente conhecido

sábado, 13 de novembro de 2010



O Último Pôr-do-sol
 
A onda ainda quebra na praia,
Espumas se misturam com o vento.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi
pensando nós dois.

Eu lembro a concha em seu ouvido,
Trazendo o barulho do mar na areia.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho olhando o sol morrer
Por entre as ruínas de santa cruz lembrando nós dois

Os edifícios abandonados,
As estradas sem ninguém,
Óleo queimado, as vigas na areia,
A lua nascendo por entre os fios dos teus cabelos,
Por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas

Pois no dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho no mundo, sem ter ninguém,
O último homem no dia em que o sol morreu.

Lenine

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Às vezes, não se pode silenciar diante da dor

 

Cut

I'm not a stranger
No I am yours
With crippled anger
And tears that still drip sore
A fragile flame aged
Is misery
And when our hearts meet
I know you see
I do not want to be afraid
I do not want to die inside just to breathe in
I'm tired of feeling so numb
Relief exists I find it when
I am cut
I may seem crazy
Or painfully shy
And these scars wouldn't be so hidden
If you would just look me in the eye
I feel alone here and cold here
Though I don't want to die
But the only anesthetic that makes me feel anything kills inside
I do not want to be afraid
I do not want to die inside just to breathe in
I'm tired of feeling so numb
Relief exists I find it when
I am cut
Pain
I am not alone
I am not alone
I'm not a stranger
No I am yours
With crippled anger
And tears that still drip sore
But I do not want to be afraid
I do not want to die inside just to breathe in
I'm tired of feeling so numb
Relief exists I found it when
I was cut

Ferida

Eu não sou um desconhecido
Não, eu sou seu
Com raiva aleijada
E lágrimas que ainda gotejam feridas

Uma flama frágil envelhecida
É miseravel
E quando nossos corações se encontram
Eu sei que você vê

Eu não quero estar receoso
Eu não quero morrer por dentro para respirar
Eu estou cansado de me sentir tão entorpecido
O alívio existe. eu o encontro quando
Eu estou ferido

Eu posso parecer louco
Ou dolorosamente tímido
E estas cicatrizes não seriam escondidas assim
Se você me olhar apenas nos olhos
Eu sinto solidão e frio aqui
Embora eu não queira morrer
Mas o único anestésico que me faz sentir bem, mata por dentro

Eu não quero estar receoso
Eu não quero morrer por dentro para respirar
Eu estou cansado de me sentir tão entorpecido
O alívio existe. eu o encontro quando
Eu estou ferido
Dor
Eu não estou sozinho
Eu não estou sozinho

Eu não sou um desconhecido
Não, eu sou seu
Com raiva aleijada
E lágrimas que ainda gotejam certamente

Mas eu não quero estar receoso
Eu não quero morrer por dentro para respirar
Eu estou cansado de me sentir tão entorpecido
O alívio existe, eu o encontrei quando
Eu estava ferido

Plumb - Cut - Soundtrack of The Vampire Diaries