Duplicação bucólica da vida
À flor de Nicoli
As nuvens de algodão.
Os passarinhos de papel.
As bonecas de retalho
e o amor no caderno
colorido e puro e necessário.
Ninguém sabe dizer eu sei
e quando sabe, diz eu errei?
Mas será que não aprende?
Ou vai me dizer que não quer?
Como minhas borboletas reais,
minhas mentiras se tornam verdadeiras
e quase ninguém duvida de quem sou,
se sou filha, se sou pai ou mãe,
durmo no sonho de uma cama limpa,
sem ninguém torturar formigas
para saber a verdade,
aí vem a linha costurar o rasgado
vestido que Victória esqueceu no varal
dos sonhos que ninguém sonhou,
das brincadeiras que alguém brincou,
e depois deitar, sem nada desejar,
senão viver um rabisco
no papel da vida.
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